quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Elza Soares: até o fim!



Elza Soares em sua novo show, A mulher do fim do mundo (Foto:Divulgação/Facebook Elza Soares)

Elza Soares aparece assim em seu novo show, A mulher do fim do mundo: entronizada. Inspirada pela canção "Pra fuder", de Kiko Dinucci, a diretora Ana Turra colocou Elza no topo, de onde a saia da cantora se transforma em lavas que escorrem e vão dar até à beira do palco, em direção ao público. A imagem criada também passa a sensação do enraizamento de Elza. A estreia aconteceu no dia 3 de outubro, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo.

O tom pesado do disco, pontuado por guitarras e distorções - que causou certo estranhamento até em fãs da cantora -, ou samba noise, como definiu o crítico Mauro Ferreira, ganha um refresco ao vivo, mesmo com o inevitável visual dark do show. Isso se dá em grande parte pelo imenso carisma de Elza. No final da primeira canção, "A mulher do fim do mundo", Elza ameaça, pede, implora por diversas vezes que a deixem cantar "até o fim". A plateia fica atônita. A opção cênica de trazer bateria e percussão para a linha de frente do palco reforça a ideia de que há muito samba nas composições da turma paulista recrutada por Guilherme Kastrup. 

No final, depois de refletir sobre sua existência, de denunciar a violência contra a mulher e a realidade das ruas, Elza evoca Elton Medeiros com "Pressentimento". Apesar de sua aparente dor, a cantora ainda espera seu tempo ansiado de se ter felicidade.

O disco está disponível para audição na íntegra no site do Natura Musical, patrocinador do projeto.

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